sexta-feira, 31 de julho de 2009
O Placar da Violência
VIOLÊNCIA LETAL E PESSOAS DESAPARECIDAS
Ana Paula Miranda
O balanço dos cinco primeiros meses de 2009 sinaliza um crescimento dos homicídios, das tentativas de homicídio e de pessoas desaparecidas no estado do Rio de Janeiro. Os autos de resistência embora apresentem uma queda no período, ainda representam um preocupante cenário da atual gestão da segurança pública.
O total de pessoas assassinadas no estado aumentou 12,3% em comparação ao período de janeiro a maio de 2008, passando de 2.457 vítimas para 2.759, Desde janeiro de 2007 a maio de 2009 foram registrados 14.609 assassinatos no estado.
A contabilização das tentativas de homicídio indica um crescimento ainda maior na comparação de janeiro a maio 2008 com 2009. O aumento no período foi de 23,4%, ou seja, de 1..632 vítimas chegou-se a 2.014, o que representa o pior resultado desde 1991, cujo total anual foi de 2.250 vítimas. De janeiro de 2007 a maio de 2009 foram registradas 10.156 tentativas de homicídio doloso no estado.
Os homicídios provenientes de auto de resistência apresentaram queda de 30,4% em relação ao perído de janeiro a maio de 2008. Porém, de janeiro de 2007 a maio de 2009 observou-se um total de 2.921 pessoas mortas em supostos confronto. Trata-se do maior número registrado desde 1998. Não pretendo polemizar aqui se essas mortes eram ou não legítimas, mas apenas lembrar dois fatos recentes: o Ministério Público recentemente denunciou casos onde verificou-se execuções sumárias e que o novo comandante da PM anunciou que não vai tolerar os "falsos" autos de resistência.
Por último, chama a atenção a situação das vítimas de desaparecimento no estado, onde notou-se um aumento de 19,9%. Os primeiros cinco meses de 2009 registraram o pior resultado de toda a série histórica desde 1991, quando foi contabilizado um total de 1.109 pessoas desaparecidas nos cinco primeiros meses do ano. De janeiro de 2007 a maio de 2009 foram registrados 11.990 desaparecimentos em todo o estado.
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